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Capítulo XVI - Escolhas de atitude

Nem tudo caminhou como eu imaginava.

Eu planejei cada passo que daria naquele corredor estreito e abafado. Sim, eu fui procurá-la. Me troquei, comprei duas cervejas e caminhei até a imensa porta de ferro na Rua Vertigem. Quanto tempo faz? Eu já nem sei dizer... Criei coragem para voltar, e é isso que importava naquele momento: o agora, o hoje, o presente.




Tentei de certo modo produzir uma identificação, tinha medo de que não me reconhecesse.Bati na porta algumas vezes até que abrisse – Estava tomando banho – Foi à primeira coisa que ouvi da boca dela.

Ela...

Foi como se os meses não tivessem passado, foi como se nada tivesse acontecido. Nunca estive tão assustada na vida, diante de uma situação como aquela. Natural, não se tocou no assunto. E eu, ali tão próxima de resolver as minhas turbulências, sentada ao lado da solução dos meus problemas. No entanto, as reações só partiam de mim, como sempre.
Aos poucos outras pessoas iam chegando, ligando, aparecendo... E eu via a única oportunidade de conseguir a minha paz sumindo diante dos meus olhos. Ela não queria nada além dela mesma. Eu, não queria nada além da solução.

É aniversário dele. Ela, definitivamente não está aqui.
E eu?! Voltei. Como fiz tantas outras vezes, cansada de esperar uma reação de algo morto, de algo inexistente.



É tudo questão de oportunidade, e eu perdi a minha.

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