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O verbo amar não se conjuga no passado.

A semente foi plantada no abraço que os dois compartilharam naquela noite de segunda-feira.
E como quem nada quer foram regando devagar aos abraços e carinhos, atenção e afeto, e bom punhado de belas palavras.
Até que em treze de março comeram o primeiro fruto, um fruto que nenhum deles jamais havia experimentado com um gosto totalmente diferente, e a partir deste dia ficaram viciados.
A árvore foi crescendo, cada vez com força maior.
Encontraram pelo caminho seres que tentaram derrubá-la, mas nunca deixaram que isso acontecesse, estavam sempre cuidando para que ela se fortalesse a cada outono.
Quando chegava a primavera, viam que todo o sofrimento valia a pena. Ela estava lá florida e cheia de frutos para que pudesse gozar de o esforço de mantê-la viva.
Sem contar o verão. Ah! O verão foram dias inesquecíveis, apesar de terem visto apenas um. E assim foram todos os dias daquele ano.
Mas como já não estava sendo regada da mesma maneira ela logo se enfraqueceu, e com a chegada do inverno se foram os frutos e as folhas e junto com tudo isso João também se foi. E Maria lá ficou embaixo da árvore a segurando para que não caísse sobre sua cabeça, mas a queda foi inevitável.
Algum tempo se passou, mas o amor dela não se foi, por mais que ele não o correspondesse, ela continuava esperando.
Hoje em dia Maria ainda vai até lá, porque foi através de lembranças que ela encontrou uma maneira de se manter de pé, apenas na esperança de um dia ele se lembre de como foram às estações daquele ano que juntos viveram e queira com ela não erguer a árvore caída, mas sim plantar uma árvore nova e desta vez com uma raiz mais forte para que ela possa passar ilesa pelo tão temido inverno.

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